SINAIS DOS TEMPOS

Retornar à página inicial

etornar a  página matérias

A OPERAÇÃO DO ERRO 

MATEUS 22:29: Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.

A bíblia revela diálogos inusitados.

No livro de Juízes, por exemplo, as árvores estão envolvidas num processo eleitoral para escolha de um rei.

JUÍZES 9:8-15: Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.

É claro que se trata de uma parábola. Árvores não falam!

Diálogo parecido é ouvido nos dias em que Israel e Judá eram reinos divididos.

II REIS 14:9: Porém Jeoás, rei de Israel, enviou a Amazias, rei de Judá, dizendo: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam no Líbano, passaram e pisaram o cardo.

Jeoás não estava delirando. Trata-se de mais uma ilustração para se retransmitir uma verdade.

Já encontrei pelo menos três animais falantes na Palavra de Deus. Rotineiramente, animais só falam em desenhos animados ou nas histórias infantis.

GÊNESIS 3:1-5: Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?

NÚMEROS 22:28-30: Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes?

APOCALIPSE 8:13: E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar.Na versão revista e atualizada lemos o seguinte: Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz...

Os casos acima são fatos ou são fictícios? A águia do Apocalipse, na verdade, é um anjo [confira outras traduções]. Até aí, tudo bem! A jumenta falou quando o Criador abriu a sua boca para abrir os olhos de Balaão. Também é lógico crer que o Deus que pode suscitar filhos a Abraão a partir das pedras [Mateus 3:9], que pode fazer as pedras clamarem [Lucas 19:40; Habacuque 2:11] e que criou a jumenta, também é poderoso para fazê-la falar. E quanto à serpente? João nos explica que a serpente tão-somente foi usada como médium. Quem falava na realidade era Satanás. Confira na bíblia.

APOCALIPSE 12:9: E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

APOCALIPSE 20:2: Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.

E quando os mortos falam? Se fosse num velório, recordes mundiais de velocidade seriam quebrados.

A bíblia diz que as almas e até o sangue dos mortos clamam.

GÊNESIS 4:10: E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.

APOCALIPSE 6:9-11: E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.

A diferença entre as duas situações é que o sangue de Abel clamava da terra e as almas clamavam debaixo do altar.  A semelhança é que em ambos os casos uma voz é ouvida. Voz de morto, é claro!

É possível um morto falar? Segundo a psiquiatria, quando ouvimos vozes inexistentes – alucinações auditivas – estamos diante de uma doença mental. Então, lancemos mãos de um outro texto bíblico para ouvir muitos mortos falando [Lucas 16:19-31].

Sem rodeios, digo-lhes que o texto sobre o rico e Lázaro é uma parábola. E, se em parábola até as árvores falam, quanto mais os mortos!

Há controvérsias, dirá você! Não posso discordar de sua afirmação! Vejam, por exemplo, dois renomados pastores evangélicos com opiniões divergentes sobre o tema.

Russell P. Shedd, em nota de rodapé, nos diz que esta parábola “não deve ser interpretada como fonte de informação sobre a vida no além” – Bíblia Shedd, página 1461, nota de estudo de Lucas 16:20 – Edições Vida Nova e Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo e Brasília/1997.

Stanley M. Horton e muitos outros são defensores do realismo dessa parábola. “Alguns consideram esse relato uma parábola, visto que vêm na seqüência de uma série de parábolas. Mas mesmo em suas parábolas Jesus nunca disse qualquer coisa enganosa ou que fosse contrária à verdade” – Nosso destino, página 49 – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro-RJ/1998.

Então, vamos fazer de conta que a estória seja real. O que podemos deduzir de um diálogo entre mortos? Será que todas as informações aqui publicadas não entram em choque com o resto das Escrituras? Até onde nos leva uma interpretação literal, como querem muitos cristãos?

Vamos aos fatos e aos boatos dessa questão.

A) Se a parábola é real, o crente ao morrer é levado pelos anjos para o seio do pai Abraão.

LUCAS 16:22: E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.

Para sua meditação: As almas no seio do Pai Abraão e as almas debaixo do altar vistas no Apocalipse se encontram no mesmo lugar?

A bíblia não deixa dúvidas que esse processo de triagem ou separação entre o joio e o trigo, bons e maus, justos e ímpios não é feito na hora do último suspiro, mas na consumação desse mundo. De fato, os anjos serão os agentes divinos que lançarão os causadores de escândalos na fornalha acessa, onde haverá choro e ranger de dentes, mas isto não é feito no momento da morte.

MATEUS 13:40-42: Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.

MATEUS 13:49 e 50: Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.

O que aprendemos neste primeiro item? A doutrina bíblica nos diz que o momento da separação entre os bons e os maus será na consumação dos séculos. Nem mesmo o homem bom é capaz de livrar sua alma da sepultura. A doutrina colhida na parábola do rico e Lázaro diz que tal separação se dá no momento da morte. Continuemos a análise do texto bíblico.

B) Se a parábola é real, o ímpio ao morrer é levado diretamente para os tormentos do inferno.

LUCAS 16:23 e 24: E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Os versos 25 e 28 também mencionam essa grande tribulação.

Na minha infância ouvi falar que no inferno as pessoas ficariam sofrendo até virar sabão. E pelo tamanho da sede e da chama que lemos no verso 24, deve ser um inferno a vida de um ímpio após a morte. E para atear um pouco mais de lenha nessa fogueira, transcrevo um resumo da clássica obra-prima de Dante (1265-1321), o inferno, que registra a experiência horrível de ver demônios atormentando os desgraçados ocupantes do inferno. Esses demônios patrulham um rio de piche borbulhante, dando aos pecadores a punição que merecem. Com ganchos e garras afiadas, os demônios atacam qualquer pecador que tenta escapar ou desrespeita a autoridade deles. A punição dessas pessoas é aplicada com exatidão: cada uma das nove regiões é designada para um pecado particular e cada pessoa recebe a retribuição de acordo com o que fez, com os hipócritas no círculo mais inferior. Os demônios têm prazer em atormentar os que cometeram as ofensas mais hediondas” – A serpente do paraíso, página 13 e 14 – Erwin W. Lutzer – Editora Vida, São Paulo-SP/1998.

As almas debaixo do altar não concordam com a parábola do rico e Lázaro, e nem com Dante.

APOCALIPSE 6:10: E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

Segundo as almas debaixo do altar as chamas do inferno ainda não foram acessas. Ainda falta o julgamento, e só depois dele vem a vingança. Ainda não foram ouvidas as testemunhas, não se fez a acareação e nem se teve a oportunidade de ampla defesa. Queremos justiça agora. Não queremos esperar o retorno do Senhor. Mas sabia que nem a morte de Cristo ainda não foi vingada? O mais hediondo crime da história da humanidade ainda não chegou ao tribunal. Os responsáveis pelo assassinato de Cristo encontram-se em algum lugar. Embora o crime tenha acontecido há muitos anos, ele ainda não chegou aos tribunais. Deus decidiu esperar a volta de Cristo, quando então julgará os que o crucificaram. Meu amigo, se Deus determinou que a justiça espere no caso de Cristo, quem somos  nós para exigir que o nosso tenha precedência?”.

“Deus sabe que sofremos injustamente. Não só ele sabe tudo a respeito de nossas causas, mas está tomando notas; dizem as escrituras que seremos julgados de acordo com os nossos feitos. Assim, alguém, em algum lugar, está anotando tudo! Deus não nos abandonou aos caprichos dos poderosos, não. Ele sabe quando seus filhos são preteridos numa promoção por causa da sua fé religiosa. Moça, o Senhor sabe quando mulheres menos capacitadas que você passam a sua frente profissionalmente, só porque você se recusa a comprometer a sua moral. Deus vê a mulher abandonada que nunca sabe, entra mês e sai mês, se o marido que a largou vai mandar-lhe o cheque ou não! Ele está a par de tudo. E já nomeou um promotor público, um júri e um juiz... No dia do julgamento, ele fará justiça aos seus eleitos” – COMO LIDAR COM O SOFRIMENTO, página 54 – Charles Stanley – Editora Betânia S/C, Venda Nova – MG, 1995.

Estão lançando pessoas no lago de fogo e enxofre antes da hora. E precisam de água benta – só na ponta da língua – para refrescar o corpo inteiro na fornalha de fogo ardente.

Conforme a bíblia, o lago de fogo foi preparado para o diabo e seus anjos. E quando o diabo for lançado no seu devido lugar só se reencontrará com a besta e o falso profeta. Somente após o julgamento, os ímpios mortos que foram simpatizantes de satanás receberão o mesmo castigo do mentor do mal.

MATEUS 25:41: Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.

JUDAS 1:6: E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia.

APOCALIPSE 20:10: E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

APOCALIPSE 20:15: E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

O que aprendemos neste segundo item? Que o diabo e seus anjos ainda serão postos no seu devido lugar, no lago de fogo e enxofre. Que não podemos lançar os homens nas chamas do inferno antes de seu verdadeiro dono. A parábola do rico e Lázaro faz dos homens ímpios mais pecadores – merecedores de mais longos castigos – do que satanás, o originador do pecado!

C) Se a parábola é real, a distância entre o céu e o inferno é pequena o suficiente para permitir que os ímpios e os justos comuniquem.

LUCAS 16:24 e 25: E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.

O paraíso e o inferno desta parábola ficam a distância da voz humana! Devido os tormentos do inferno, imagino que na parábola as pessoas estejam sempre gritando. E mesmo que o rico tivesse um megafone ou um microfone seu clamor não poderia ser ouvido a uma distância tão grande.

O diálogo não cessa nos dois versos acima. Continuam proseando até o fim do capítulo. E se o rico se preocupou com a possibilidade de seus queridos vivos também povoarem o inferno [Lucas 16:27 e 28], a minha preocupação se volta para uma mãe desconfortavelmente no seio do Pai Abraão vendo e ouvindo um filho que está sendo fritado nas chamas do inferno, ou que esteja sofrendo muitas dores com suas queimaduras de terceiro grau. E como a dor só será anestesiada na eternidade [Apocalipse 21:4], a visão diária dos sofrimentos dos queridos no inferno e o contato verbal entre eles enlutariam os sentimentos dos salvos. O paraíso se transformaria num caldeirão de lágrimas.

O que aprendemos neste terceiro item? Essa proximidade e comunicação entre o céu e o inferno não é salutar. O seio do pai Abraão não seria tão confortável assim! Na parábola do rico e Lázaro, os míopes do inferno não têm o privilégio de pelo menos ver o paraíso que perderam.

D) Se a parábola é real, os mortos vêem, falam, sentem calor e sede.

LUCAS 16:23 e 24: E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Se os justos vêem os ímpios na pindaíba do inferno, porque as almas debaixo do altar ainda clamam a Deus por vingança? Só posso concluir que ou as almas debaixo do altar não vêem nada, ou são dotadas de um sadismo descomunal.

Como dissemos no item anterior, é inimaginável a visão dos santos contemplando o sofrimento eterno dos ímpios. Imagino, porém, o tamanho da injustiça no tratamento dos ímpios que morreram nos dias anteriores ao dilúvio. São milênios de sofrimento, ao passo que os que ainda morrerão próximo a volta de Cristo sofrerão poucos dias. Até parece que a geração dos últimos dias é menos pecadora! Dirão alguns, em defesa da veracidade dessa parábola, que os sofrimentos destes últimos serão mais intensos que os dos primeiros. Já entendi. Existem crentes que advogam a existência de um pré-pagamento pelos pecados antes da segunda morte, sofrimento em dobro. Para estes, o livro de Salmo deveria ser reescrito. Confiram as novas versões:

SALMO 78:50: Preparou caminho à sua ira; não poupou as suas almas da morte, mas entregou à pestilência as suas vidas.

SALMO 89:48: Que homem há, que viva, e não veja a morte? Livrará ele a sua alma do poder da sepultura? (Selá.)

VERSÃO DO RICO E LÁZARO: Nenhuma alma morre; as almas dos justos nem vão para as sepulturas e sobrevivem no seio do Pai Abraão; já as almas dos ímpios sofrerão os tormentos de um purgatório intermediário junto com o rico e, num segundo tempo,  morrerão noutro lago de fogo e enxofre.

Outros quererão dizer que só os ímpios contemplam o céu que perderam, ao passo que os justos não enxergam o espetáculo macabro das chamas do inferno que evitaram! Isto não diminui o tamanho do sofrimento intermediário dos ímpios.

O que aprendemos neste quarto item? Não existe um pré-pagamento dos erros humanos nas chamas do inferno antes de serem atirados no lago de fogo e enxofre juntamente com satanás. Se não fosse assim, satanás e seus anjos continuariam freqüentando aos embalos de sábado a noite, aos shows, aos espetáculos e assistindo de camarote o estado intermediário agonizante de seus súditos. Essa agenda satânica cheia de adrenalina aliada ao pré-pagamento no estado intermediário dos ímpios não coadunam com a imparcialidade celestial. A parábola do rico e Lázaro prega uma sessão de tortura para os escravos do pecado antes da morte eterna com satanás – o mentor espiritual deles. Outra verdade que precisamos pontuar é que mortos não vêem, não ouvem, não falam, nem sentem coisa alguma.

E) Se a parábola é real, os mortos relembram detalhes da família terrena e se preocupam com os parentes vivos.

LUCAS 16:27 e 28: E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.

Estamos diante de outro problema. O rico não lia a bíblia; estava mais preocupado em ganhar dinheiro. Por isso ele sugeriu a Abraão que enviasse a Lázaro até os seus familiares. O rico nunca leu o livro de Jó ou Isaías.

JÓ 7:9 e 10: Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá.

JÓ 14:21: Os seus filhos recebem honra, sem que ele o saiba; são humilhados; sem que ele o perceba.

ISAÍAS 38:10 e 11: Eu disse: No cessar de meus dias ir-me-ei às portas da sepultura; já estou privado do restante de meus anos. Disse: Não verei ao SENHOR, o SENHOR na terra dos viventes; jamais verei o homem com os moradores do mundo. Na versão almeida revista e atualizada lemos o seguinte: já não verei o Senhor na terra dos viventes; jamais verei homem algum entre os moradores do mundo.

Um morto nunca mais retorna a sua casa e nem à casa de quem quer que seja. Ele nem fica sabendo das aprovações e quedas de seus queridos.

O salmista assevera que os pensamentos, ou desígnios ou intenções do coração deixam de existir no mesmo dia da morte do indivíduo.

SALMO 146:4: Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. Na versão almeida revista e atualizada lemos o seguinte: Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; naquele mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.

Salomão também entra em rota de colisão frontal com a memória e a vontade do rico. O rico fez o que todos humanos fariam se pudessem viajar ao futuro; isto é, procurou mudar o curso normal da história. O rico não quer que seus parentes compartilhem de suas desgraças. E para salvá-los, ele propõe a aprovação de um projeto de lei que altere o Velho Testamento e obrigue a ida de um morto à terra. Vejam o princípio publicado por Salomão.

ECLESIASTES 9:5, 6 e 10: Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.

Segundo a bíblia, um morto não sabe de nada. Seu amor e preocupação com os familiares já desapareceram. Seu conhecimento e seus projetos acabaram aqui na terra dos viventes.

O que aprendemos neste quinto item? Ou estamos diante de uma parábola ou o Velho e o Novo Testamento se contradizem neste ponto. A saída de muitos partidários da veracidade da parábola é dizer que o Velho Testamento foi abolido. A parábola do rico e Lázaro diz que é preciso ouvir Moisés e os profetas, ao mesmo tempo em que o rico – que engrossava as estatísticas do analfabetismo bíblico – propõe a adulteração do Velho Testamento para adaptar a vontade de Deus a sua vontade. Na verdade, um morto não sabe nada.

F) Se a parábola é real, os mortos oram em favor dos vivos e continuam nutrindo idéias erradas acerca da salvação. Imaginam que se um morto fosse ter com seus parentes vivos, estes se arrependeriam.

LUCAS 16:27, 28 e 30: E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento... E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.

Que saia justa! Perceberam o beco sem saída a que nos conduz a literalidade dessa estória? Um morto orando para um santo – o pai Abraão – em favor dos vivos! Orando na hora errada e para a pessoa errada. E ainda tem pregadores vivos dizendo que tal parábola é real.

Parece-me razoável aceitar que um católico vivo ore pelos mortos, afinal, ele crê que as almas podem ter uma segunda chance de salvação no purgatório.

II MACABEUS 12:46: É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados.

Os crentes, todavia, não crêem no purgatório.

A parábola do rico e Lázaro introduz um elo de simpatia entre os crentes e a idéia de um pré-pagamento dos pecados nos tormentos do inferno – estado intermediário dos ímpios. Absurdo maior é o crente imaginar que um morto pode orar pelos vivos. Como pode um morto orar se não sabe coisa alguma?

E quanto ao retorno dos mortos para pregar a bíblia a seus parentes? Para responder tal pergunta, o mesmo Jesus que contou a estória do rico e Lázaro, ressuscitou, de verdade, o Lázaro de Betânia – irmão de Marta e Maria. E quais foram as reações dos que viram o milagre e o milagreiro?

JOÃO 12:1, 2 e 9-11: Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dentre os mortos. E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro; porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus.

Muitos judeus, por causa de Lázaro, passaram a crer em Jesus. Todavia, os principais sacerdotes, que já haviam decidido matar Jesus, decidiram matar também a Lázaro. Já estavam tão endurecidos quanto faraó. De igual modo, os cinco irmãos do rico falecido já haviam menosprezado muitas outras oportunidades, e não seria um festival de milagres ou a ressurreição de um morto que os faria aceitar a Jesus Cristo como salvador. Quanto mais milagres ou sinais, mais evidente se tornaria a incredulidade.

Veja outra cena que ocorreu com os conterrâneos de Jesus, no dia de sua ressurreição.

MATEUS 27:52 e 53: E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.

Quase inacreditável! A cena é de ex-mortos explicando a pessoas conhecidas sobre a ressurreição deles e a de Cristo. Mas a cidade santa não se converteu com a pregação desses ressuscitados. Quase do jeitinho que o pai Abraão falou! Eu disse “quase” porque um morto não pode pregar aos vivos. É necessário que ele ressuscite dentre os finados.

O que aprendemos neste sexto item? Corrijamos dois erros graves: os mortos não oram pelos vivos e nem podem pregar aos que habitam sobre a terra. Essa bíblia na versão do rico e Lázaro entra em choque com toda a palavra que sai da boca de Deus.

G) Se a parábola não é real, o que Jesus quis nos ensinar?

Toda parábola é contada para que dela se extraia lições. Primeira lição: Existe um grande abismo moral entre os bons e os maus de modo que a possibilidade de revogação da condenação ou da salvação é descartada.

LUCAS 16:26: E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

Cena lamentável! O rico morto pede ao Pai Abraão outra chance, quando já é demasiado tarde.

Situação parecida será vivida por muitos membros de igreja; no entanto, o choro e o ranger de dentes destes últimos serão mais doloridos que os dos incrédulos. Dedicaram muito tempo na expulsão de demônios, curas, maravilhas e muitas outras atividades religiosas, mas se esqueceram de fazer a vontade do Pai que está nos céu. Confira estas verdades nos três textos abaixo.

MATEUS 25:10-12: E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço.

LUCAS 13:23-27: E disse-lhe um: Senhor, são poucos os que se salvam? E ele lhe respondeu: Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois; Então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora.

MATEUS 7:21-23: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

Hoje é o tempo de atender ao convite de Cristo. Hoje, quem está sofrendo é Ele, e do lado de fora. No Apocalipse, Cristo é fotografado à porta do coração do pecador tentando marcar uma audiência. Ele não arromba a porta, mas também não entra no coração das celebridades que não expulsam a operação do erro de suas vidas.

APOCALIPSE 3:20: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

Chegará o dia em que as cenas se inverterão! Pessoas desesperadas procurarão conhecer a vontade do Senhor, mas não haverá tempo para praticá-la.

H) Se a parábola não é real, o que Jesus quis nos ensinar?

Segunda lição: Para um homem vivo se salvar, basta ouvir Moisés e os Profetas.

LUCAS 16:29 e 31: Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos... Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.

Qual é o significado da expressão “Moisés e os profetas”? Trata-se de uma referência ao Velho Testamento, a bíblia que Jesus, Natanael e Paulo liam.  A mesma bíblia que muitos insistem em dizer que foi abolida. Cinco textos ajudam na compreensão dessa verdade?

LUCAS 24:27: E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.

LUCAS 24:44 e 45: E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.

JOÃO 1:45: Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.

ATOS 26:22: Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer.

ATOS 28: 23: E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde.

De fato, Jesus, Natanael e Paulo concordam que Moisés e os profetas são suficientes para conduzir as pessoas ao Salvador. Compare as afirmações a seguir: Pai Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos! Pai Abraão: Se não ouvem a Moisés e aos profetas... Jesus Cristo: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta...

Essa era a riqueza que os Judeus e o rico da parábola possuíam. Por outro lado os gentios e Lázaro eram pobres e só comiam as migalhas que caíam da mesa do rico (Mateus 15:26 e 27; 8:10-12). Só posso concluir dizendo que a principal doença das celebridades é a surdez.

Cuidado com a operação do erro, amigo! Toda a Escritura é inspirada por Deus [II Timóteo 3:16]. Toda Palavra de Deus é pura [Provérbios 30:5 e 6]. Escritores inspirados advogam que toda a bíblia – tanto o Velho quanto o Novo testamento – blindam ou escudam o crente. No entanto, alguns estudantes que fizeram o supletivo de teologia se atrevem a dizer que o Velho Testamento é livro para judeu ler e que para o crente já foi abolido.

Demasiado tarde, os surdos acordarão de madrugada. De repente, quererão descontar o atraso espiritual. Em vão, porém, correrão atrás das palavras do Senhor. O Senhor não os ouvirá!

PROVÉRBIOS 1:23-31: Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão, também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do SENHOR: Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto comerão do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos.

No próximo artigo desta série, eu lhes contarei como se difundiu a idéia da imortalidade da alma.

Autor:João Marques  

Retornar ao inicio desta página

Retornar a  página matérias

Retornar à página inicial