1) - Não há dúvida que há algumas outras
escrituras religiosas que fazem a mesma reivindicação acerca de
si mesmas, tais como o Corão e o Livro de Mórmon. Deve-se
reconhecer, porém, que estes documentos não possuem as
credenciais que autenticam a Bíblia como registro verdadeiro da
revelação Divina. Mais notadamente falta-lhes a validez que se
comprova pela profecia anterior a seu subsequente cumprimento, e
pela presença em todas as suas partes do Redentor humano e
divino. O Livro do Mórmon é enfraquecido pelas muitas
inconsistências e inexatidões; o Corão, que alegadamente teria
sido ditado por um arquétipo coeterno com Alá, exibe não somente
os mais estranháveis erros históricos, mas também pontos de
vista mutáveis dum autor humano (Maomé), à luz dos
acontecimentos do seu dia. Não há comparação entre a Bíblia e
estes livros quando se trata da grandeza e da clareza dos
pensamentos que transmite, e do poder que exibe ao penetrar na
alma humana com consequências que transformam vidas.
2) - O que se pode dizer acerca da tradição oral? Não há a
possibilidade de a verdade infalível de DEUS ter sido
transmitida de boca em boca durante sucessivas gerações? Sim,
pode ter acontecido assim, e não há dúvida que algumas porções
da Bíblia foram conservadas assim até chegar à sua forma
autoritativa e final, por escrito. Mas a tradição oral é
necessariamente instável de natureza e sujeita a alterações por
causa do fator subjetivo: a memória incerta do guardião daquela
tradição. O legado de fé foi transmitido oralmente durante
milênios desde Adão até Moisés, na sua maior parte, mas a forma
final escrita, lavrada por Moisés, certamente foi especialmente
supervisionada por DEUS através do Seu espirito, para assegurar
a sua Divina veracidade. As próprias Escrituras dão considerável
ênfase ao seu estado escrito, e raramente imputam Divina
veracidade a mera tradição oral. Embora seja verdade que as
palavras pronunciadas por Moisés, os profetas, Jesus e os
apóstolos fossem Divinamente autorizadas desde o momento que
foram pronunciadas, não havia outra maneira de conservá-las com
exatidão a não ser pela escrituração (i.é., registrando-as por
escrito sob a orientação do espírito Santo de DEUS).
3) - "Desde o começo, embora creiamos que na Galiléia e entre os
seus íntimos nosso Senhor falava em aramaico, e embora saibamos
que algumas de suas últimas palavras na cruz foram pronunciadas
naquela língua, no seu ensino público, suas discussões com os
fariseus e sua fala com Pôncio Pilatos, foram realizadas
principalmente em grego".
Deve-se notar que há dois processos:
I -Transmissão das Escrituras
II -Tradução das Escrituras
I - A Transmissão
Podemos ver a providência de DEUS na Transmissão do Texto. O
fato é que as Escrituras que possuímos não são manuscritos
originais, até são cópias das cópias, e muitas vezes estes
documentos que possuímos diferem entre si. Será que podemos
confiar no texto? Podemos confiar na inerrância dum texto que
até tem corrupções? Se DEUS tomou o cuidado de garantir a
inerrância do texto original, porque permitiu que sofresse
corrupção? Vamos ver a evidência, duma maneira bem resumida,
rapidamente. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos
longos do Velho Testamento, datam de 850 depois de Cristo.
Existem porém partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash
do segundo século da era cristã.
Porém, em 1947, a maior descoberta foram os manuscritos do Mar
Morto, quando uma cópia completa de Isaías, fragmentos de
Genesis, Levítico, Deuteronômio e Juízes foram encontrados.
Estes manuscritos datam do século 1° ou 2° no máximo. Temos
evidência indireta que vem da versão grega do Velho Testamento,
a Septuaginta, que vem do 3° século AC, e o Pentateuco
Samaritano, do 4° século, possivelmente. Há diferenças entre
este texto e o texto hebraico, mas, são de pouca importância.
Existe uma versão chamada a Hexapla de Origínes que consistia de
seis colunas paralelas, das quais a primeira dava o texto
hebraico e a segunda a sua transliteração para caracteres
gregos. A versão siríaca era usada pela Igreja na Síria, e desde
o século nono de nossa era vem sendo conhecida como Pesita (em
siríaco, pshittâ) ou tradução "simples". Além disso, existem os
Targuns, e outras fontes, que não mencionamos.
Temos os Códices - O Vaticano (325-350) tem a maior parte do
Novo Testamento, além do Velho Testamento.
O Códice Sinaítico (375-400) que tem o Novo Testamento completo,
mas falta partes do Velho Testamento. O Códice Alexandrino (450
DC) que só tem o Novo Testamento. As Versões Latinas - A mais
antiga é a Versão do Latim, Antigo de Utala, (cerca de 200 DC),
que era a tradução da Septuaginta. A Vulgata de Jerônimo
(390-405 DC) uma tradução primeiramente da Septuaginta e
finalmente do hebraico. Existem também outras versões como a
Siríaca do século 2° ou 3°.
A Cóptica do 2° século, Etióptica do século 4° e a Armênia do 5°
século DC.
Fizemos um estudo bem resumido, e escolhemos apenas algumas
fontes para revelar o fato que a nossa herança é riquíssima; e
não estamos confiando em apenas um ou dois manuscritos, mas em
muitos documentos, que reunidos e comparados não revelam nada
que exigiria a modificação da doutrina cristã original. No caso
de Novo Testamento, há na atualidade, cerca de 4.000 manuscritos
gregos que contém o Novo Testamento no todo ou em parte. Quando
comparamos a situação do Novo Testamento, com a matéria de
evidências manuscritas para outras obras de antigüidade, vemos
quão rico é o Novo Testamento. Das Guerras Gaulezas de César,
escrito entre 58 a 50 AC, existem vários manuscritos, mas apenas
nove ou dez são valiosos, e o mais antigo data de 900 anos após
o guerreiro. Dos 142 livros da História Romana de Lívio (59 AC a
17 DC), sobrevivem apenas 35, estes nos são conhecidos a base de
não mais de vinte manuscritos de algum valor, e apenas um
fragmento que vem do século 4°. Dos 14 livros da História de
Tácito (cerca de 100 AD), apenas quatro e meio sobrevivem, dos
16 livros dos seus Anais, restam 10 completos e 2 fragmentos. O
texto destas porções remanescentes das duas grandes obras
históricas, dependem inteiramente de dois manuscritos, um do
século 9° e outro do século 11°. Vamos ver o veredicto
pronunciado por Sir Frederic Kenyon estudioso cuja autoridade
para emitir juízos quanto a manuscritos antigos, não havia
superior: "O intervalo então entre as datas da composição
original, é a mais antiga evidência existente, se tornarão tão
reduzido, de sorte a ser praticamente desprezível, e o
derradeiro fundamento para qualquer dúvida de que nos hajam as
Escrituras chegado às mãos substancialmente como foram escritas,
agora não mais persiste. Tanto a autenticidade quanto a
integridade geral dos livros do Novo Testamento se podem
considerar como firmados de modo absoluto e final" - The Bible
and Archeology.
II - Tradução
Temos o problema da transferência de pensamento duma linguagem
original para uma secundária. O problema é a verificação, será
que o pensamento original foi transferido com exatidão? Podemos
dizer que tantas são as precauções tomadas, que a tradução fiel
da Bíblia em qualquer língua pode ser considerada como a Palavra
de DEUS. É lógico que quando se faz a tradução de qualquer
palavra em qualquer idioma, perde-se a "força" original do termo
na língua mãe. Isso ocorre também porque existem expressões que
chamamos de "expressões idiomáticas" que caracterizam épocas e
tempos contendo um significado próprio por causa de seu
contexto. Por isso é tão importante conhecermos os termos (ou
expressões) idiomáticas e seus significados originais para
podermos, através deles compreender o contexto daquilo que é
dito.
A FORMAÇÃO DO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO
Quais são os livros que pertencem ao Cânon do Velho Testamento?
Por que só os 39? A Igreja Católica Romana, desde o Concílio de
Trento, (1546), tem recebido outros livros como canônicos. Estes
são 14 apócrifos, que vem do adjetivo grego "apokriphos"
(ocultos). Estes livros são: 1° e 2° Esdras, Tobias, Judite,
Adições a Ester, Oração de Manassés, Epístola de Jeremias, Livro
de Baruque, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, 1° e 2°
Macabeus, Adições a Daniel, que inclui a Oração de Azarias, o
Cântico dos Três Hebreus e Bel e o Dragão. Vamos examinar o
conteúdo e origem destes livros duma maneira bem resumida,
depois verificar porque não foram aceitos.
O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS
Os Apócrifos: É esta a denominação que comumente se dá aos 14
livros contidos em algumas Bíblias, entre os dois Testamentos.
Originaram-se do terceiro ao primeiro século AC. a maioria dos
quais de autor incerto, e foram adicionados a Septuaginta,
tradução grega do Velho Testamento, feita naquele período. Não
foram escritos no hebraico do Velho Testamento. Foram produzidos
depois de haver cessado as profecias, oráculos e a revelação
direta do Velho Testamento, Josefo rejeitou-os totalmente.
Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras
hebraicas.
Nunca foram citadas por Jesus, nem por ninguém mais no Novo
Testamento. Não foram reconhecidos pela Igreja Primitiva como de
autoridade canônica, nem de inspiração divina. Quando se
traduziu a Bíblia para o latim, no segundo século A.D. seu Velho
Testamento foi traduzido, não o Velho Testamento hebraico, mas
da versão grega da Septuaginta do Velho Testamento. Da
Septuaginta esses livros apócrifos foram levados para a tradução
latina; e daí para a Vulgata, que veio a ser a versão comumente
usada na Europa Ocidental até o tempo da Reforma. Os
protestantes baseando seu movimento na autoridade divina da
Palavra de DEUS, rejeitaram logo esses livros apócrifos como não
fazendo parte dessa Palavra, assim como a Igreja Primitiva e os
hebreus antigos fizeram. A Igreja romana, entretanto, no
Concílio de Trento em 1546 A.D. realizado para deter o movimento
protestante, declarou canônicos tais livros, que ainda figuram
na versão de Matos Soares, etc... (Bíblia Católica Romana).
O VALOR DOS APÓCRIFOS
Não podemos dizer que esses livros não tem nenhum valor, pois
não seria verdade. Tem valor, mas não como as Escrituras. São
livros de grande antigüidade e valor real. Do mesmo modo que os
manuscritos do Mar Morto, são monumentos a atividade literária
dos judeus, estes também são. Em parte, preenchem a lacuna
histórica entre Malaquias e Mateus, e ilustram a situação
religiosa do povo de DEUS naquela época.
PORQUE NÃO FORAM ACEITOS NO CÂNON DO
VELHO TESTAMENTO?
1) - Nenhum dos livros foi encontrado dentro
do cânon hebraico. Um estudo da história do Cânon dos judeus da
Palestina, revela uma ausência completa de referências aos
livros apócrifos. Josefo, diz que os profetas escreveram desde
os dias de Moisés até Artaxerxes, também diz, e verdade que a
nossa história tem sido escrita desde Artaxerxes, não foi tão
estimada como autoritativa como a anterior dos nossos pais,
porque não houve uma sucessão de profetas desde aquela época. O
Talmude, fala assim: "Depois dos últimos profetas, Ageu,
Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo deixou Israel". Não
constam no texto dos massoretas (copistas judeus da maior
fidelidade) entregar tudo o que consideravam canônico nas
Escrituras do Velho Testamento. Nem tão pouco parece ter havido
"Targuns" (paráfrases ou comentários judaicos da antigüidade)
ligado a eles. Para os judeus, os livros considerados
"inspirados" são os 39 que hoje conhecemos como Velho
Testamento. Eles os possuem numa ordem diferente da nossa por
causa da forma pela qual dividem os livros.
2) - Todos estes livros foram escritos depois da época quando a
profecia cessou em Israel, e não declaram ser mensagem de DEUS
ao homem. Fora dois deles, Eclesiástico e Baruque, os livros são
anônimos, e no caso de Eclesiástico, o autor não se diz profeta,
nem asseverou que escreveu sob a inspiração de DEUS. O livro de
Baruque que se diz ser escrito pelo secretário de Jeremias, não
pode ser aceito como genuíno, pois contradiz o relato bíblico.
Os livros de Macabeus não tem nenhuma pretensão para autoria
profética. Mas registra detalhes sobre as guerras de
independência em 165 A.C. quando os cinco irmãos macabeus
lutaram contra os exércitos da Síria. I Macabeus é geralmente
considerado como de maior valor histórico do que o II.
3) - O nível moral de muitos destes livros é bastante baixo.
São cheios de erros históricos e cronológicos, por exemplo,
Baruque 1.1, diz que ele está na Babilônia, enquanto Jeremias
43.6, diz que ele está no Egito. Baruque diz que os utensílios
do templo foram devolvidos da Babilônia, enquanto Esdras e
Neemias revelam o contrário. Baruque cita uma data errada para
Beltesazar e diz que o cativeiro era de sete gerações 6.3, o que
contradiz as profecias de Jeremias e o cumprimento de Esdras.
Tobias e Judite estão cheios de erros geográficos, cronológicos
e históricos. Tobias 1.4,5 contradiz 14.11. Mentiras,
assassinatos e decepções são apoiados. Judite é um exemplo.
Temos suicídios (4.10), encantamentos, magia e salvação pelas
obras (Tobias 12.9; Judite 9.10,13).
4) - Não foram incluídos no Cânon até o fim do 4° século. Como
já observamos, os livros apócrifos, não foram incluídos no cânon
hebraico. Os livros apócrifos foram incluídos na Septuaginta, a
versão grega do Velho Testamento e que não é de origem hebraica,
mas de Alexandria, que é uma tradução do hebraico. Os Códices
Vaticanos, Alexandrinos e Sinaíticos, tem apócrifos entre os
livros canônicos. Porém temos de notar vários fatores aqui.
a) - Nem todos os livros apócrifos estão presentes nos Códices e
não tem ordem fixa dentro dos Códices.
b) - Por ser um livro de origem egípcia, pois vem de Alexandria,
a Septuaginta não tinha os mesmos salvaguardas contra erros e
acréscimos, pois não tinham massoretas orientando a obra com o
mesmo cuidado que usaram no texto hebraico.
c) - Manuscritos, naquele tempo, ficavam em rolos, não livros e
são facilmente misturados, e seria fácil juntar outros que
ficaram numa mesma caixa. No caso de guerras ou desastres, estes
manuscritos poderiam ser colocados em jarros de barro e lacrados
para serem posteriormente reutilizados. Alguns destes jarros
foram achados nas cavernas de Qumran com manuscritos que nos
ajudaram a confirmar o conteúdo de nossas Bíblias atualmente,
além de revelarem uma série de fatos muito interessantes sobre a
vida daquela época.
d) - O preço de material para escrever pode influir também. Não
era tão fácil calcular o espaço necessário para fazer um livro.
Que fariam se cortassem o couro e descobrissem 30 ou 40 páginas
de couro sobrando no livro? Naturalmente encheria com conteúdo
devocional. A tendência seria de misturar livros bons com os
canônicos até o ponto que os não canônicos fossem aceitos como
canônicos. e) Os livros não canônicos não foram recebidos
durante os primeiros quatro (4) séculos. Melito, o bispo de
Sardis em 170 D.C., visitou a Judéia para verificar o número
certo de livros do Velho Testamento. A lista que ele fornece,
inclui os livros canônicos do Velho Testamento, menos Ester
(porque não reconheceu entre os apócrifos) e não incluiu os
apócrifos.
ORÍGENES, o
erudito do Egito, com uma grande biblioteca, incluiu os 39
livros do Velho Testamento, mas em 22 e seguindo a lista ele
fala: "Fora destes temos os livros dos Macabeus". Outros pais da
Igreja, como Atanásio, Gregório de Nazianzus de Capadócia,
Rufinus da Itália e Jerônimo, nos deixaram com uma lista que
concorda com o cânon hebraico.
JERÔNIMO, que
fez a Vulgata, não quis incluir os livros apócrifos por não
considera-los inspirados, porém, os fez por obrigação do bispo,
não por convicção, mesmo assim só traduziu Judite e Tobias, os
outros apócrifos foram tirados diretamente dos versos latinos
anteriores. Parece que a única figura da antigüidade a favor dos
apócrifos era Agostinho, e dois Concílios que ele mesmo dominou
(393 e 397). Porém, outros escritos dele (A cidade de D'us)
parecem revelar uma distinção entre os livros canônicos e os
apócrifos (17.24; 18.36,38,42-45).
GREGÓRIO, O
GRANDE, papa em 600 D.C., citando I Macabeus falou que não era
um livro canônico, e o cardeal Ximenis no seu poligloto afirma
que os livros apócrifos dentro de seu livro, não faziam parte do
cânon. Os livros apócrifos não foram aceitos como canônicos até
1546 quando o concílio de Trento decretou: "Este Sínodo recebe e
venera todos os livros do Velho e Novo Testamentos, desde que
DEUS o autor dos dois, também as tradições e aquilo que pertence
a fé e morais, como sendo ditados pela boca de Cristo, ou pelo
espírito Santo de DEUS". A lista dos livros que segue inclui os
apócrifos e conclui dizendo: "Se alguém não receber como
Sagradas e canônicos estes livros em todas as partes, como foram
lidos na Igreja Católica, e como estão na Vulgata Latina, e que
conscientemente e propositadamente contrariar as tradições já
mencionadas, que ele seja anátema". Para nós o fator decisivo é
que Cristo e seus discípulos não os reconheceram como canônicos,
pois não foram citados por Cristo nem os outros escritores do
Novo Testamento!
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Pelo Cânon do Novo Testamento queremos falar a coleção de 27
livros do Novo Testamento considerados como a norma ou regra de
fé para a Igreja de Cristo. Surgem logo perguntas a respeito do
cânon do Novo Testamento. Como e quando chegaram a ser
reconhecidos como livros inspirados? Qual a base para a seleção
destes livros e por que rejeitaram outra literatura da igreja
daquele tempo? Vamos tentar responder estas perguntas,
incluindo: Quando foram escritos estes livros?
O CONTEÚDO DO CÂNON NEO-TESTAMENTÁRIO
Como já notamos, o cânon do Novo Testamento tem 27 livros. Os
primeiros cinco são de caráter histórico, sendo quatro os
Evangelhos que contém ditos e feitos de Jesus Cristo, e um é o
livro de Atos, escrito por Lucas, o autor do terceiro Evangelho.
Temos 21 cartas escritas por Paulo, Pedro, Tiago, Judas e
possivelmente mais um autor, se Hebreus não é paulino, é o livro
de Apocalipse, escrito por João, o mesmo autor de um dos
Evangelhos e três cartas.
AS DATAS DESTES LIVROS
Segundo a informação dada em Lucas 3.1, o ministério
de João Batista que precedeu o início do ministério de Jesus
Cristo data do 15° ano de Tibério César. Tibério tornou-se
imperador em agosto de 14 A.D., assim o 15° ano começaria em
outubro, 27 D.C. . O Novo Testamento, como é conhecido hoje,
estava completo por volta do ano 1000 D.C. e a grande parte dos
livros já existindo há mais de 40 anos. Pode-se dizer que quase
todos os livros foram escritos antes de 70 D.C.
COMO FOI FORMADO?
Evidência Interna: Isto é do próprio Novo Testamento. O fato é
que a Igreja primitiva recebeu dos judeus a idéia de uma regra
de fé e conduta escrita. Esta idéia foi confirmada pelo Senhor
Jesus Cristo, e os escritores do Novo Testamento, que sempre se
referiam ao Velho Testamento como sendo a palavra de DEUS
escrita. Sabemos que desde o princípio, a Igreja cristã tem
aceitado as palavras de Cristo com a mesma autoridade com que
aceitaram as palavras do Velho Testamento, e aceitaram não
apenas isto, mas declararam os apóstolos que o seu próprio
ensino, oral e escrito possuía autoridade semelhante a do Velho
Testamento. Tal era a autoridade de seus escritos, que mandaram
que fosse lido publicamente nas Igrejas (I Ts 5.27; Cl 4.16; II
Pe 3.1,2). Era portanto natural que a literatura do Novo
Testamento se acrescentasse ao Velho Testamento. No próprio Novo
Testamento, pode ser que vejamos o início deste processo (I Tm
5.18; II Pe 3.1,2 e 15,16). Além da evidência interna, temos a
evidência histórica da formação do Cânon do Novo Testamento.
O CRITÉRIO CANÔNICO
O critério que a Igreja aplicou como teste de autenticidade era
ditado pelas necessidades de fazer face à controvérsia com
hereges e descrentes. Como veremos a seguir, na seleção do
mateiral que iria compor os primeiros escritos, as necessidades
missionárias, ao lado das apologéticas, são o critério para a
seleção de testimonia, ditos, milagres e parábolas de Jesus que,
nos primórdios na nova época, iriam formá-los. Eis alguns
critérios de seleção: A apostolicidade A obra em consideração
pela Igreja deveria ter sido escrita por um dos doze ou possuir
o que se chamaria hoje de imprimatur apostólico. O escrito
deveria proceder da pena de um apóstolo ou de alguém que
estivera em contato chegado com apóstolo e, quando possível,
produzido a seu pedido ou haver sido especialmente comissionado
para fazê-lo. Como consequência este documento deveria pertencer
a um período bem remoto. Quanto aos Evangelhos, estes deveriam
manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com
referência à encarnação e ser na realidade um evangelho e não
porções de evangelhos, como tantos que circulavam naquele tempo.
A circulação e uso do livro É provável que certos livros
houvessem sido aceitos e circulado como autoridade antes mesmo
que qualquer relação com apóstolo, quer direta, quer indireta,
fosse determinada. É deste modo que o escrito recebia o
imprimatur da própria comunidade cristã universal que o usava.
Ortodoxia Este era importante ítem na escala de padrões de
aferimento. Percebe-se nos próprios escritos do Novo Testamento,
que depois formaram seu cânon, o repúdio à falsa doutrina e a
luta pela preservação da ortodoxia, que em Rm 6.17 chama de
"padrão de doutrina", ou o que II Tm 1.13 denomina "padrão das
sãs palavras", ou ainda o "depísito de I Tm 6.20. Autoridade
diferenciadora Bem cedo, antes mesmo que os Evangelhos fossem
mencionados juntos, já os cristãos distinguiam livros que eram
citados e lidos como tendo autoridade divina e outros que
continuavam fora do Novo Testamento.
Na leitura em público Nenhum livro seria admitido para a leitura
pública na Igreja se não possuísse características próprias.
Muitos outros livros circulavam quando Mateus começou a ser
usado pelos cristãos. Poderiam ser bons e de leitura agradável,
mas só serviam para a leitura em particular. Havia alguns, e
entre eles os Evangelhos de modo restrito e Mateus de modo
singular, que se prestavam à leitura e ao comentário perante as
congregações cristãs, como a Lei e os Profetas nas Sinagogas. É
o que I Tm 4.13 quer dizer quando Timóteo é exortado a
aplicar-se à leitura, isto é, à "leitura pública das Escrituras"
como sabiamente indica um rodapé da última revisão de Almeida.
O PRIMEIRO SÉCULO D.C.
Não se sabe quando as palavras do Senhor (At 20.35 e I Co 7.10)
foram registradas por escrito pela primeira vez. Porém, em mais
ou menos 58 D.C., quando Lucas escreveu seu Evangelho, muitos já
haviam empreendido esta tarefa (Lc. 1.1). Pode ser que a
Epístola de Paulo aos Gálatas fosse escrita tão cedo como em 49
D.C. É claro que a Epistola foi escrita antes de sua morte em 62
D.C. e as outras Epístolas de Paulo e Pedro, antes da morte
deles, na época de 68 D.C. A maior parte do Novo Testamento já
estava escrita antes da queda de Jerusalém em 70 D.C. O
Evangelho e as Epístolas de João, e o Apocalipse, certamente
foram completadas antes do fim do primeiro século.
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO E OS PAIS DA
IGREJA
Escritores "evangélicos" no fim deste mesmo século mostram que
conheciam os evangelhos e epístolas. A atitude dos cristãos em
face das normas da doutrina cristã que encontramos no fim da
época apostólica (isto é, mais ou menos em fins do século I
d.C.) podem ser encontradas no princípio da era pós-apostólica,
principalmente na fase mais antiga dos pais apostólicos.
CLEMENTE, Bispo de Roma - Cerca de 95, escreveu uma carta a
Igreja de Corinto, e nesta carta menciona, I Coríntios, Efésios,
I Timóteo, Tito, Tiago, o evangelho de João e Hebreus.
POLICARPO, que conhecia João pessoalmente, escreveu uma carta em
cerca de 105-108, que menciona cartas de Paulo como
autoritativas, principalmente Filipenses, mas revela
conhecimento de Mateus, Atos, Romanos, I e II Coríntios,
Gálatas, Efésios, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, I e II
Pedro e I João. Estes escritores distinguiram claramente entre
seus próprios escritos e os escritos dos apóstolos, atribuindo a
estes últimos, inspiração e autoridade. Demonstram estes
escritores que, mesmo nesta data primitiva, os evangelhos e as
epístolas do Novo Testamento, já se achavam em circulação e eram
honrados tanto nas igrejas do ocidente como do oriente. 100-150
D.C. - As Escrituras lidas nas Igrejas
PAPIAS - Cerca de 140 D.C. testifica que "a voz viva dos
presbíteros ia sendo substituída pela autoridade da palavra
escrita". Nos escritores deste período há referências claras a
todos os livros do Novo Testamento, com exceção a 6 ou 7 das
epístolas mais curtas; ele atesta a existência de Mateus e
Marcos e o caráter apostólico destas obras.
JUSTINO, o Mártir (148 D.C.) - fala das recordações dos
apóstolos e os que seguiam como sendo lidas nas igrejas. Tanto
hereges, como cristãos ortodoxos, testemunham a sua autoridade,
muitas vezes citando o Novo Testamento e acrescentando "como
está escrito".
150-200 D.C. - Traduções e comentários do Novo Testamento Neste
período a Igreja de Cristo se expandiu e desenvolveu-se. Com a
inclusão de homens de novas raças e grande capacidade, os
eruditos fizeram traduções das Escrituras em outras línguas.
Remontam a este tempo a velha versão latina para o povo da
África do Norte e a versão Siríaca para o povo do Oriente Médio.
Começaram a aparecer comentários. Houve por exemplo, o
Comentário sobre os oráculos do Senhor, da autoria de Papias
(140). Um comentário sobre o Apocalipse, da autoria de Melito
(165). Pouco depois, Tatião escreveu o DIATESSERON, ou Harmonia
dos quatro evangelhos, que se reconheciam como possuidores de
autoridade. Ao fim do século, Clemente de Alexandria escreveu
seus Esboços, que é um comentário em 7 volumes sobre os livros
do Novo Testamento, que incluía todos os livros do Novo
Testamento, mais a epístola de Barnabé e o Apocalipse de Pedro
(que foram excluídos do cânon).
200 - 300 - Colecionam-se e separam-se os livros do Novo
Testamento ORÍGENES, é um erudito da época, era tão trabalhador
que se diz que empregou 7 estenógrafos que revezavam no trabalho
de registro do que ditava, além de 7 copistas e outros que
ajudavam na parte de secretaria. Redigiu ele do texto do Novo
Testamento, defendeu sua inspiração, escreveu comentários ou
discursos sobre a maioria dos livros.
300 - 400 - O cânon bem estabelecido Vários fatores contribuíram
para tornar importante a distinção entre livros canônicos e
outros livros não canônicos. Alguns dos fatores eram:
a) - A coleção num só livro dos livros inspirados.
b) - Serem reconhecidos estes livros com a autoridade da fé
cristã.
c) - O aumento das heresias e falsas doutrinas.
Antes do fim do quarto século, todas as Igrejas tinham
reconhecido o cânon do Novo Testamento, como o temos hoje.
Eusébio, conta até que ponto o assunto do Cânon chegara a seu
tempo (316 d.C.).
1) - Aceitos universalmente - Os 4 evangelhos, Atos, Epístolas
de Paulo (incluindo Hebreus), I Pedro, I João e Apocalipse.
2) - Disputado por alguns - Embora admitidos pela maioria e pelo
próprio Eusébio, Tiago, II Pedro, II e III João, Hebreus e
Judas.
3) - Não genuínos - Atos de Paulo, Didache (ensinos dos
Apóstolos), o Evangelho dos egípcios, o Evangelho de Tomé, o
Evangelho das basilidas, o Evangelho de Matias e o Pastor de
Hermes.
No ano de 367, Atanásio pela primeira vez apresentou um cânone
do Velho e Novo Testamentos firmemente circunscritos, dentro do
qual eram definidas as classes individuais dos textos e de sua
seqüência. Ele designou vinte e sete livros como sendo os únicos
realmente canônicos do nosso Novo Testamento; ninguém pode
acrescentar mais nada a este número, bem como ninguém pode
retirar coisa alguma. O 3° Concílio de Cartago (397) mandou que:
"além das Escrituras canônicas, nada se lesse na igreja sob o
título de "Escrituras divinas". A discussão a respeito do cânon
nos séculos subseqüentes se acalmou, porém, muitos eruditos tem
se perguntado a si mesmos porque haveriam eles de concordar com
a resolução já feita. Agostinho disse que concordou por causa da
natureza dos próprios livros e pela unidade praticamente
completa entre os cristãos neste assunto. Nós aceitamos por
todas essas razões, mas principalmente porque já provamos em
nossas vidas a veracidade de tudo aquilo que está escrito.
Quando vivemos pelas Escrituras, descobrimos que elas são
suficientes para todas as nossas necessidades, completas em si
mesmas. A única regra de fé e prática.
OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
Os manuscritos do Novo Testamento podem ser classificados
segundo a matéria que os compõem, ou segundo os caracteres da
escrita. Esta classificação ajuda a data-los. Estes manuscritos
são papiros ou pergaminhos.
UM PAPIRO - é constituído por tiras de medula do papiro (espécie
de cânico com caule triangular, da família das ciperáceas, da
grossura de mais ou menos um braço e de 2,5 m a 5 m de altura),
cortadas em finas talas e colocadas em camadas cruzadas, estas
tiras formam folhas que são em seguida, fixadas umas após outras
e enroladas em torno de uma vara. O rolo assim formado se chama,
em grego, biblos (dai a palavra: Bíblia) e pode ter até 10 m de
comprimento. Os papiros do Novo Testamento são os mais antigos
documentos de base que possuímos: em sua maioria datam do século
III (um papiro descoberto em 1935, deve mesmo ser datado do
começo do 2° século). Se bem que nos transmitam apenas
fragmentos de textos, estes documentos são testemunhas preciosas
do texto, justamente em razão da sua antigüidade. Existem
atualmente em número de 76, designados nas edições críticas por
P1, P2 etc.
UM PERGAMINHO - é uma pele, ordinariamente de ovelha, cabra ou
bezerro, tratada e cortada em folhetos (a palavra "pergaminho"
se originaria da cidade de Pérgamo): estes são postos um em cima
do outro para formar não um rolo, mas um volume (em grego:
teuchos) de onde vem a palavra Pentateuco para assinalar os
primeiros cinco livros do Velho Testamento). Os pergaminhos,
trazendo textos do Novo Testamento, datam somente do século IV,
no máximo, mas apresentam-nos, geralmente, textos completos do
Novo Testamento. O princípio e o fim do texto faltam às vezes,
em consequência da deterioração, fácil de imaginar, dos folhetos
da capa. Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento são
escritos em letra maiúsculas ou "unciais". Atualmente seu número
é de 252 (excluem-se os achados de Qumran, que ainda não foram
reconstituídos totalmente, não sabendo-se assim o seu número
exato). As edições críticas os designam por letras maiúsculas.
Os manuscritos em minúsculas (conhecemos hoje 2646) datam no
máximo do século IV. Entretanto não devem ser negligenciados
porque os copistas do século IX, X e XI recopiavam possivelmente
manuscritos em maiúsculas muito mais antigos, que não possuímos
mais. As edições críticas os assinalam por algarismos árabes.
Todos estes manuscritos são assaz difíceis de ler. As palavras,
as frases e os parágrafos não são separados por espaço algum, e
não encontramos nem acento nem sinal de pontuação. Seis
manuscritos em maiúsculas são muito importantes:
o Vaticanos (designados por "B" nas edições críticas), assim
chamado porque é conservado na biblioteca do Vaticano. Datando
do século IV, é o mais antigo de todos os manuscritos sobre
pergaminho.
O Sinaíticus (designados por "X"), descoberto em um convento do
Sinai, no século IX, vendido em 1933, pelo governo soviético ao
British Museum em Londres, também deve datar do século IV.
O Alexandrinus (designados por "A"), trazido de Alexandria a
Inglaterra no século XVIII e igualmente conservado no British
Museum, data do século V.
O Códex Ephrem (designado por "C"), e uma "palimpsesto", que
quer dizer que o texto primitivo, um manuscrito do Novo
Testamento datando do século V, foi apagado no século XII por um
copista que se serviu do pergaminho para nele copiar tratados de
Ephrem da Síria.
Felizmente, o texto primitivo não desapareceu totalmente e pode
ainda ser lido sob o texto medieval por olhos peritos (trabalho
penoso, facilitado hoje em dia pelos processos técnicos
modernos). Este manuscrito é conservado em Paris, na Biblioteca
Nacional. Estes quatro primeiros manuscritos não diferem entre
si a não ser por "variantes" de pormenor. Dois outros
manuscritos (designados por "D") apresentam, com os quatro
precedentes, grande número de variantes e particularmente
notória. Datam ambos do século VI. O primeiro: Códex Bezae
Cantabrigiensis deve seu nome ao fato de ter pertencido, assim
como aliás também o segundo, a Theodoro de Beza, amigo de
Calvino, e que em 1581, seu proprietário o ofertou a Cambrige.
Escrito sobre duas colunas, a primeira contendo texto grego, a
segunda a tradução latina, oferece somente os 4 evangelhos e o
livro de Atos dos Apóstolos.
Hoje em dia, após os achados do Qumran, existem vários
manuscritos que estão sendo estudados e também são apresentados
ao público em geral. Eles encontram-se em Jerusalém, no Museu do
Livro. Ali percebemos o autêntico milagre de preservação dos
mesmos, pois encontram-se alguns inteiros e outros fragmentados
de tal forma que é preciso "monta-los" como a um quebra-cabeças
para descobrir-se de que manuscrito se trata.
A ciência tem colaborado muito para desvendar este
quebra-cabeças. Os manuscritos são feitos de pele de carneiro, e
cada um deles está passando por um teste de DNA. Este teste
determina que pedaços pertencem aos manuscritos mais
"completos", pois o DNA possui o código genético de cada animal
em particular. Assim torna-se impossível "juntar" pedaços
diferentes!
AS VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
Há importantes traduções do original do Novo Testamento para
dez idiomas antigos, conforme descrição abaixo: Latim: A
tradição latina começou em cerca de 150 D.C. O "Latim Antigo"
(anterior à "Vulgata") conta com cerca de 1000 manuscritos. Após
o século IV, a versão latina foi padronizada na Vulgata. Há
cerca de 8000 traduções latinas do tipo Vulgata, pelo que a
tradição latina conta com cerca de 10.000 manuscritos
conhecidos, ou seja, mais ou menos o dobro dos manuscritos.
Siríaco: Quanto ao siríaco antigo há apenas dois manuscritos,
mas revestem-se de grande importância. Datam dos séculos IV e V.
A tradição siríaca foi padronizada no Peshitto, do qual há mais
de 350 manuscritos do século V em diante.
Copta: Esse é o Novo Testamento do Egito. Há duas variações
desse texto, dependendo de sua localização geográfica. O saídico
veio do sul do Egito, contando com manuscritos desde o século
IV. O boárico veio do norte do Egito, contando com um manuscrito
do século IV, mas os demais são de origem bem posterior. Nos
séculos depois do século IV, os manuscritos coptas foram muito
multiplicados, pelo que há inúmeras cópias pertencentes à esta
tradição. Formam um grupo valioso, pois são de caráter
"alexandrino", concordando com os manuscritos gregos mais
antigos e dignos de confiança.
Armênio: Essa tradição começou no século V. Com excessão do
latim, há mais manuscritos dessa tradição do que qualquer outra.
Já foram catalogados 2000 deles. A versão armênia tem vários
representantes do tipo de texto "cesareano", mas muitos
pertencem à classe bizantina.
Geórgico: Os georgianos eram um povo da Geórgia caucásia, um
agreste distrito montanhoso entre os mares Negro e Cáspio, que
receberam o Evangelho durante a primeira parte do século IV.
Supomos que a tradição geórgica dos manuscritos começou não
muito depois, mas não há quaisquer manuscritos anteriores ao ano
de 897. O seu tipo de texto é cesareano.
Etíope: Essa tradição conta com manuscritos datados desde o
século XIII. Há cerca de 1000 desses manuscritos, essencialmente
do tipo de texto bizantino.
Gótico: Algum tempo depois dos meados do século IV, Ulfias,
chamado o apóstolo dos godos, traduziu a Bíblia para o gótico,
uma antiga língua germânica. Agora há apenas fragmentos, do
século V em diante. São essencialmente do tipo de texto
bizantino, com alguma mistura de formas ocidentais. O texto
bizantino, entretanto, é uma variedade anterior àquela que
finalmente veio a fazer parte do Textus Receptus.
Árabe e Persa: Alguns poucos manuscritos tem sido preservados
nesses idiomas; mas são de pouca importância no campo da crítica
textual. Quanto à versão árabe, os problemas de estudo são
complexos e continuam sem solução, pelo que é possível que ela
seja mais importante do que se tem suposto até hoje.
AS "ADIÇÕES" FEITAS À BÍBLIA A
Escritura que possuímos hoje é um pouco diferente daquela que
foi produzida na antigüidade pelos profetas no Velho Testamento
e depois pelos apóstolos judeus no Novo Testamento. Todas as
citações abaixo não constam do texto original! Vejamos alguns
exemplos de adições:
1) - As palavras em itálico: elas não constam no original e
servem para complementar o sentido do texto. Seu objetivo é
enfatizar e firmar algo que está sendo dito.
2) - Palavras entre parêntesis: enquanto as palavras adicionais
aparecem em itálico em algumas versões, em outras isso ocorre
através do uso de parêntesis.
3) - Palavras na margem ou no rodapé: determinados trechos ou
palavras encontrados ma margem ou no rodapé de nossas Bíblias
são a tradução ou explicação de um texto ou palavra duvidosa.
4) - Divisão em capítulos e versículos: Isso também não existe
nos originais. Em alguns casos este tipo de divisão prejudica,
pois "quebra" o texto e tira o sentido completo do mesmo,
prejudicando assim a sua interpretação.
5) - Divisão do texto em parágrafos: não existe no texto
original, embora esta divisão seja muito útil para a compreensão
da Escritura.
6) - Referências de rodapé: em praticamente todas as Bíblias
hoje encontramos notas de rodapé que correspondem à pequenos
números que são inseridos no texto bíblico. Estes números trazem
aquilo que chamamos de "referências cruzadas", ou seja, outras
ocorrências daquelas palavras ou expressões, o que torna mais
fácil encontrarmos determinadas palavras na Bíblia.
7) - Versões bíblicas: na atualidade temos uma série muito
grande de versões dos textos originais. Isso indica que houveram
traduções variadas, algumas vezes adaptando-se a linguagem mais
popular, para facilitar o entendimento daqueles que lêem. O
texto original é único, sem variações e uniforme!
Todos estes fatores nos mostram, mais uma vez,
o quanto evoluiu o processo de aprimoramento da Bíblia como um
livro especial para a humanidade! Isso não significa que não
devamos confiar na Bíblia, mas sim que precisamos cada vez mais
nos aprofundarmos no conhecimento (e relacionamento) com DEUS e
com sua Palavra, pois ela é a única fonte de informação escrita
que temos a respeito dele! Por isso, a Bíblia foi e ainda é o
livro mais lido, conhecido e vendido do mundo.