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Restauração do Tabernáculo Caído de Davi
Autor: Igor
Miguel
"Naquele dia, levantarei o
tabernáculo caído de David, repararei suas brechas; e,
levantando-o das suas ruínas, restaura-lo-ei como fora nos dias
da antiguidade..." (Amós 9.11)
Estas palavras do
profeta Amós foram ditas em um período de grandes conturbações
em Israel, um período em que os Reis de Israel (Reino do Norte)
estavam se corrompendo moralmente e espiritualmente. Em uma
época em que a glória do Reino de David e de Salomão estavam
obscurecidas pelo pecado e pela rebelião. Um reino que desde de
930 a.C. estava dividido, não era mais ISRAEL, mas o Reino de
Judá e o Reino de Israel.
Sufocado por tantas
intrigas e decepções um profeta-pastor chamado Amós brada pelas
gerações: "...
LEVANTAREI O TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI...".
O Grande Propósito de DEUS
"Quando ouviram a voz do Eterno
DEUS, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da
presença do Eterno DEUS, o homem e sua mulher, por entre as
árvores do jardim. E chamou o Eterno DEUS ao homem e lhe
perguntou: Onde estás?." (Gn 3.8).
Devemos observar neste
texto elementos chaves para a compreensão da profecia de Amós.
Elementos como: 'A voz do Eterno', 'A Presença do Eterno' e
'Chamou o Eterno'. Estes elementos são uma síntese de todo o
plano redentor de DEUS para sua criação.
DEUS aproxima-se de
sua criação através de sua 'Palavra', observe o que o texto diz: "...
ouviram a voz do Eterno DEUS, que andava no jardim...", até
mesmo no original percebe-se que na verdade o que está andando é
"A VOZ DO ETERNO", é através desta palavra
personificada que
DEUS manifestava sua presença junto aos primeiros homens.
Mas, qual tem sido a
reação natural dos homens perante a Presença do Eterno? "...esconderam-se
da presença do Eterno DEUS...". O
maior problema do pecado é este. O relacionamento
criatura-criador é interrompido por causa da vergonha do
pecado. Não obstante a fuga de sua criação, DEUS insiste em
procurá-los dizendo: '...Onde estás?...'.
Baseados
na palavra hebraica para "pecado" podemos compreender esta
situação. Chatá em
hebraico pode ser traduzido como pecado, mas seu sentido
original deveria ser "errar o alvo". Sem dúvida, DEUS propõe um
alvo para o homem e está claro nos primeiros textos da Torá
(Pentateuco=cinco primeiros livros da Bíblia) que o GRANDE
PROPÓSITO DE DEUS PARA SUA CRIAÇÃO É HABITAR COM ELA. Lembrando
que a palavra "presença" usada neste texto é Pnei que
significa 'Face'. DEUS não quer que o homem fuja de sua "Face",
mas que à aspire.
Jornada Divina
"E lançou fora do Jardim do
Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o
homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o
refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho
da árvore da vida."
(Gn 3.23 e 24). O homem após sua queda tornou-se
um ser incompatível com a ordem do Éden, sendo este um corpo
estranho, em um paraíso onde é vital para sua sobrevivência, um
relacionamento estreito com o seu Criador.
Mas, DEUS continua em
sua maravilhosa jornada redentora, perguntando ao homem: "Onde
estás?", é esta
pergunta que é latente a todos os homens, que faz do homem um
ser religioso (religare no
latim, tem o sentido de ligar
novamente), um ser que tenta se re-conectar com seu
criador. Em toda a vida humana, as religiões pagãs do mundo, o
cerimonialismo humano, as filosofias, o esoterismo e toda estas
tentativas humanas para chegarem a algo que transcenda nossas
vidas seculares, são a maior prova de que DEUS continua
perguntando "Onde
estás?" e o homem
continua se escondendo nas folhagens de sua religiosidade.
Mas, quando se busca a
restauração deste contato com o Criador de forma sincera, o
homem sai da religiosidade para o relacionamento, para o contato
com a vida.
DEUS então chama
Abraão, este sai de sua terra em busca de uma terra onde poderia
encontrar finalmente a paz. Peregrina a mesopotâmia a procura
quem sabe de um novo Éden, onde seria restabelecido este
profundo relacionamento com seu Senhor.
Deste Abraão em dias
posteriores, DEUS levanta Moisés, e através dele liberta Israel
do Egito, como o próprio DEUS disse: "...
para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla..."(Ex
3.8). Novamente DEUS propõe ao homem uma ambiência
favorável para se relacionar com ele. O Egito era um país
politeísta, idólatra e pagão, sendo assim era um ambiente
desfavorável para que DEUS voltasse a habitar com o homem.
Então ele chama um povo, escolhe uma terra e estabelece sua
habitação.
Já no deserto DEUS
demonstra sua expectativa para Israel: "O
Eterno ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem,
para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de
fogo, para os iluminar..." (Ex 13.21).
Tabernáculo: A proposta de DEUS
para voltar a habitar com sua criação
"E me farão um santuário, para
que eu possa habitar no meio deles" (Ex 25.8). "Este será o
holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da congregação,
perante o Eterno, onde vos encontrarei, para falar contigo ali.
Ali, virei aos Filhos de Israel, para que por minha glória,
sejam santificados...E habitarei no meio dos Filhos de Israel e
serei o seu DEUS" (Ex 29.43 e 45)
Observe como DEUS, de
certa forma, restaura o relacionamento inicial com sua criação.
Conforme o texto acima, DEUS propõe um holocausto, onde os
Filhos de Israel se encontrariam com Ele (presença - Pnei) e
ouviriam sua Palavra. E finalmente DEUS é explícito: "Habitarei
no meio dos Filhos de Israel...".
Agora o mais curioso,
é que a presença de DEUS era representada no tabernáculo através
da Arca da Aliança (Aron HaBrit) e esta arca possuía traços
simbólicos que nos lembram com muita propriedade a ordem inicial
proposta pelo ETERNO para o homem no Éden.
A Arca da Aliança
possuía dois querubins sobre ela (Ex 25.18), em seu interior
havia a vara de Arão que floresceu (Nm 17.10 e 11), o maná (Ex
16.32-34) e as Tábuas da Torá(Lei) (Dt 10.1 e 2).
Sobre a Arca
da Aliança havia dois querubins e no Éden o Eterno colocara
querubins que guardavam o caminho à Árvore da Vida. O Éden é
uma ambiência onde a ordem de DEUS é estabelecida, é o modelo de
uma terra em comunhão com o homem e de um homem em comunhão com
seu Criador. A Torá (neste caso significando Palavra) é um
instrumento de DEUS para o restabelecimento desta ordem inicial,
se vivermos e restaurarmos a ordem inicial voltaremos aos tempos
antigos! Observemos, ainda que o mundo ocidental e a
filosofia grega nos ensinem que a evolução é progredir em
inovações; pela Bíblia e pelas Sagradas Escrituras, pela Torá,
pelos profetas e pela doutrinas dos apóstolos do Messias,
sabemos que EVOLUÇÃO é RESTAURAÇÃO (TIKKUN), é retornarmos
(Teshuvá) ao nosso estado **original. A proposta de DEUS é
permitir nosso acesso ao Éden novamente e fazer com que
habitemos com Ele. Jamais devemos perder esta proposta de
vista!
O Templo e Aliança Davídica
Davi
foi um homem que serviu de inspiração para muita gente, isto sem
dúvida não é em vão. Dentre as propostas teológicas que tentam
responder porquê "Davi foi um homem segundo o coração de D'us",
principalmente porque ele entendeu o propósito de D'us para o
homem. Davi entendeu a importância de se trazer a presença de
D'us junto aos homens. Enquanto a arca estava esquecida em
Baalá, ele foi com os escolhidos de Israel, buscá-la e levá-la
para JERUSALÉM (II Sm 6), e assim trazia a Shechiná (presença
ou habitação) novamente para Sião.
São estas atitudes que
fizeram de Davi o que ele foi, pois ele havia entendido a
importância de se trazer a habitação de D'us, ele não fugia da
presença do Eterno como a maioria dos homens, mas pelo
contrário, ele ansiava por esta Glória, ele ansiava em ver o
Eterno sendo entronizado acima dos querubins (II Sm 6.2b).
D'us viu tanto zelo em
Davi que decidiu entrar em Aliança com ele dizendo: "...
Assim diz o Eterno: Edificar-me-ás tu casa para minha
habitação? Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que
fiz subir os filhos de Israel do Egito até o dia de hoje; mas
tenho andado em tenda, em tabernáculo...Dar-te-ei, porém,
descanso de todos os teus inimigos; também o Eterno te faz saber
que ele, o ETERNO, te fará casa. Quando teus dias se cumprirem
e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti
o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu
reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei
para sempre o trono do seu reino." (II Sm 7.1-6,11-13).
Veja a beleza deste texto! Veja como D'us é tocado com a
postura de Davi, não que D'us precise de uma casa de tijolos
para morar, mas o ato, o posicionamento de Davi de expressar a
D'us, o desejo de trazê-lo aos Filhos de Israel e aos homens.
A Queda do Templo
"No sétimo dia do quinto mês,
do ano décimo nono de Nabucodonosor, rei da Babilônia,
Nebuzaradã, chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio
a Jerusalém. E queimou a Casa do Eterno e a casa do rei, como
também todas as casas de Jerusalém..." (II Rs 25.8 e 9)
O profeta descreve de
forma lamentosa esta dolorosa cena: "Demoliu
com violência o seu tabernáculo, como se fosse uma horta;
destruiu o lugar da sua congregação..." (Lamentações 2.6). Sem
dúvida a terra pranteou nestes dias, aquilo que era símbolo e
até mesmo instrumento de proximidade de D'us a sua criação
estava agora em ruínas, somente no ano 538 (aproximadamente) o
Templo pode ser reconstruído sob a direção de Esdras,
infelizmente não mais com a Glória do Templo de Salomão: “...
sacerdotes, e levitas, e cabeças de famílias, já idosos, que
viram a primeira casa, choraram em alta voz quando à sua vista
foram lançados os alicerces desta casa..." (Esdras 3.12a).
A Restauração da Habitação do
Templo
Quando da reconstrução
do Templo o profeta Ageu proferiu palavras proféticas ao povo,
para que estes reconstruíssem a Casa do Eterno, mas as palavras
do Eterno através do profeta Ageu transcenderiam a questão da
reconstrução do Segundo Templo, elas apontariam, para um Templo
sobremodo excelente, não feito por mãos humanas, mas preparada
pelo próprio Criador.
"Farei abalar todas as nações,
e as coisas preciosas de todas as nações virão, e encherei de
glória esta casa, diz o Eterno dos Exércitos. Minha é a prata,
meu é o ouro, diz o Eterno dos Exércitos. A GLÓRIA DESTA ÚLTIMA
CASA SERÁ MAIOR DO QUE A DA PRIMEIRA, DIZ O ETERNO DOS
EXÉRCITOS; E, NESTE LUGAR, DAREI A PAZ, DIZ O ETERNO DOS
EXÉRCITOS" (Ageu 2.7-9).
Conforme o texto que
lemos anteriormente em Esdras, este templo não foi tão glorioso
assim. Mas, isto não significa que a palavra do profeta estava
errada, mas que suas palavras apontavam para a futura
manifestação da habitação de D'us junto aos homens.
Jesus “Tabernaculando” Entre a
Humanidade
"E a Palavra (Verbo) se fez
carne e habitou entre nós..." (João 1.14)
Este
texto é fantástico, pois mostra a progressão de D'us para
restabelecer sua presença. Como vimos no início deste estudo,
D'us habitava com o homem no Ëden através de sua palavra
personificada. Interessante
isto pois no mundo ocidental, a palavra é um substantivo
abstrato. Mas, na mentalidade hebraica, ela, a "Palavra", é
tão séria, tão real, que um homem cuja Palavra não é veraz, é
tido como uma pessoa indigna de credibilidade e respeito.
No grego esta
expressão ainda é mais precisa, o termo grego eskênõsen [eskhnwsen] que
foi traduzida em nossa versões como habitou, também pode
significar: residiu,
“tabernaculou”, habitou em tendas, etc. W.C.
Taylor ainda é mais preciso: "Skêne,
tenda, tabernáculo, especialmente o templo portátil de Israel no
deserto que serviu de modelo ao templo em Jerusalém e era
símbolo das realidades celestes". A
palavra hebraica correspondente é Yshcon [@kvy]
cuja raiz deu origem às palavras Shechiná (presença,
habitação), Mishcan (Templo,
Tabernáculo), etc.
Baseado nestas
definições da língua grega e hebraica, podemos agora entender,
que Jesus(Yeshua) em Carne, foi mais um degrau no plano redentor
de D'us para restabelecer sua habitação entre os homens, não
somente a habitação, mas restaurar também o Éden, a Palavra
habitando com os homens. Assim como a Palavra de D'us, a Torá
(Lei), estava em tábuas no Tabernáculo. Quando Jesus veio, a
Palavra agora “tabernacula” em um corpo humano 'andando' e
'habitando' entre nós.
Jesus é a mais pura
expressão da proximidade de D'us aos homens.
Homem: Tabernáculo de D'us
"Não sabeis que sois santuário
de D'us e que o Espírito de D'us habita em vós? Se alguém
destruir o santuário de D'us, D'us o destruirá; porque o
santuário de D'us, que sois vós, é sagrado" (I Co 3.16)
Através de Jesus,
recebemos a dádiva da habitação de D'us através de seu Espírito,
que “tabernacula” em nós, este foi um passo importante no plano
de redenção de D'us para humanidade. Compreendemos assim, um
dos motivos da vinda de Jesus em carne. Pois sua humanidade,
sendo ele filho de D'us, se esvaziando à forma de homem,
possibilitou aos que crêem e são fiéis a ele, a restauração da
presença de D'us em nossas vidas, apesar de nossa humanidade. O
véu do Templo foi rasgado e agora: "Tendo,
pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo
sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou
pelo véu, isto é, pela sua carne..." (Hb 10.19 e 20).
Viu-se um Tabernáculo nos
Céus...
"Ora, o essencial das coisas
que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se
assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro
do SANTUÁRIO e do VERDADEIRO TABERNÁCULO que o Eterno erigiu e
não o homem... Pois todo sumo sacerdote é constituído para
oferecer tanto ofertas como sacrifícios... os quais ministram em
sombra das COISAS CELESTES, assim como Moisés foi divinamente
instruído, quando estava para construir o TABERNÁCULO; pois diz
ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te
foi mostrado no monte" (Hebreus 8.1-3 e 5).
Observe a intensidade de revelação
que existe neste texto. Vamos por partes:
1) Jesus como sumo-sacerdote
assentou à destra do Pai no Santuário Celestial.
2) Este santuário o autor aos
hebreus chama de O VERDADEIRO TABERNÁCULO.
3) Este tabernáculo não é feito
por mãos humanas.
4) Os sacerdotes do tabernáculo
terreno ministram em sombra, isto quer dizer que o Tabernáculo
Terreno é semelhante (sombra) do Tabernáculo Celestial!
5) Moisés quando construiu o
Tabernáculo, copiou este modelo celestial Ex 25.40: "...
conforme o modelo que te foi mostrado no monte..."
Baseado nestes dados,
isto nos mostra que D'us já tinha preparado sua habitação, seu
reino, nos céus. Reservado para o dia em que a terra estivesse
preparada para recebê-la. Não estaria este tabernáculo
terrestre descendo ao nosso encontro? Não seria este o Reino
anunciado por João Batista quando dizia: "Arrependei-vos
porque é vindo o Reino dos Céus"? Não
seria este tabernáculo celestial o grande "combustível" para os
avivamentos na Igreja do I século? Não seria por causa desta
esperança do advento do Reino, que Jesus dirá: "...
Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo" (Mt 25.34b)? Não
será por isso que Jesus nos ensinou a orar o "Pai Nosso"
dizendo: "Venha à
nós o teu REINO..." ? Não
estaríamos na verdade em uma ardente expectativa para que este
TABERNÁCULO CELESTIAL venha até nós?
A Visão continua...
Citarei agora uma série de
versículos em que João vê o Santuário Celestial, o Tabernáculo
de D'us:
"E abriu-se no CÉU, o TEMPLO
de D'us, e a arca do seu concerto foi visto no seu TEMPLO: e
houve relâmpagos, e vozes..." (Ap 11.19)
"E abriu a sua boca em
blasfêmias contra D'us, para blasfemar do seu nome, e do seu
TABERNÁCULO, e dos que habitam no CÉU" (Ap 13.6)
"E depois disto olhei, e eis
que o TEMPLO do TABERNÁCULO do testemunho se abriu no CÉU" (Ap
15.5)
Agora é interessante notar, antes
de entrarmos na última visão de João, que este Tabernáculo está
nos céus, e que João o viu várias vezes, com características
próprias do Tabernáculo Terreno. Isto demonstra que o homem,
mesmo que inconscientemente, sempre sentiu a necessidade de se
reconectar com seu Criador, D'us então levanta Israel como nação
sacerdotal, para trazer e levar a reconciliação às nações
através do Messias Judeu Jesus( Yeshua). Todo o cenário está se
preparando, então depois de julgada a morte e o inferno (Ap 20),
diz João:
"Vi novo céu e nova terra, pois
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não
existe. Vi também a CIDADE SANTA, a NOVA JERUSALÉM, que DESCIA
DO CÉU, da parte de D'us, ataviada como noiva adornada para o
seu esposo. Então ouvi grande voz vinda do trono dizendo: Eis o
TABERNÁCULO DE D'US com os homens. D'us HABITARÁ com eles. Eles
serão povos de D'us, e D'us mesmo estará com eles..."
(Apocalipse 21.1-3)
Veja,
como aquele Tabernáculo nos CÉUS, começa sua descida, observe
como as orações dos santos se cumprem, observe como que na
verdade ao invés de irmos aos céus, é ele que está vindo até
nós. Ela vem ataviada, D'us finalmente 'HABITARÁ CONOSCO' e Ele
não perguntará mais: "Onde
estás?". Então ele transformará o nome da Cidade Santa,
pois "... o nome
da cidade desde aquele dia será: ADONAI SHAMÁ (O ETERNO ESTÁ
ALI)" (Ezequiel 48.35), por isso:"Todos os que restarem
de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em
ano para adorar o Rei, O Eterno dos Exércitos, e para celebrar a
Festa dos Tabernáculos" (Zacarias 14.16). As nações
abrasadas pela habitação de D'us, embriagadas pela sua presença
virão ao Monte do Senhor, "as
nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem
a sua glória... E lhe trarão a glória e a honra das nações..."
(Ap 21.24 e 26).
Então
a ordem do Éden é restaurada, a criação que gemia e suportava
angústias por causa do pecado (Rm 8.18 e seg) agora é nova e
transformada, pois "No
meio de sua praça, de uma e outra margem do rio, está A ÁRVORE
DA VIDA..." (Ap 22.2).
"Criarei meu Templo e o
estabelecerei para mim [D'us] para a eternidade" (Rolo do Templo
2.7-10) - Manuscrito do Mar Morto
Nesta
Nova Jerusalém "Nela
jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica
abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida
do Cordeiro" (Ap 21.27).
Finalmente podemos entender as
palavras do profeta Amós: "Naquele
dia, levantarei o tabernáculo caído de David, repararei suas
brechas; e, levantado-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como
fora nos dias da antiguidade..." (Amós 9.11)
_________________________
Apêndice Teológico
Gostaria de aproveitar
esta oportunidade, para refutar com franqueza a antiga tradição
teológica do cristianismo ocidental, que diz que "habitaremos
nos céus". As famílias cristãs tradicionais, em específico as
oriundas do catolicismo, são educadas ou catequizadas, com o
ensinamento de que habitaremos em céus de tédio e vida
nostálgica.
Vimos claramente pelos
textos apresentados, que na verdade não vamos "morar nos céus",
vamos morar eternamente em uma terra redimida, glorificada,
purificada e restaurada! A Nova Jerusalém desce dos Céus à
terra! O Céu (O REINO CELESTIAL) neste momento existe, mas
nenhum crente habita lá neste momento, só estará disponível para
os fiéis quando ele for estabelecido sobre a terra.
O Cristianismo
Ocidental tem profunda dificuldade em aceitar esta realidade, de
que este mundo atualmente violento, de guerras e prostituições,
será redimido. E será nesta mesma terra, restaurada, que
habitaremos com o Senhor eternamente. Mas, Paulo é explícito,
ao dizer que a terra está sujeita à vaidade não voluntariamente,
mas por causa daquele que a sujeitou (Satanás), por isso Paulo
continua: "Na
esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de D'us..."(Rm
8.21).
Infelizmente, esta
dificuldade é influência direta das filosofias platônicas e
neoplatônicas do mundo grego. Na teoria dos "Universais" e
"Particulares", Platão dizia que o celestial é melhor que o
terreno, que o metafísico é melhor que o físico. Mas,
interessante é que a teologia bíblico-hebraica, choca
frontalmente estes conceitos conforme a teologia de Paulo já
citada. O físico e terreno foram criados por D'us, infelizmente
o pecado manchou a beleza desta criação que Ele mesmo fez para
seus filhos. Por isso que os "elementos
abrasados se derreterão..." (II Pedro 3.12) e
esta purificação em fogo, tornará a terra digna da proximidade
de D'us aos homens.
Gostaria de citar
ainda, um comentário dos primeiros versículos de Apocalipse 21,
do Ph.D. Russell P. Shedd, que é um teólogo cristão: "...
Bem pode ser literal esta visão da nova criação (cf. Rm
8.19-22). Em oposição ao pensamento filosófico grego que separa
o mundo material da ordem espiritual, a Bíblia consistentemente
ensina que o homem viverá eternamente sobre a terra redimida,
perfeitamente adaptada à felicidade dos remidos" (Bíblia Shedd
pg.1783 - Comentário de Ap. 21.1). .
Estes dias estão reservados ao
Messias, por isso Paulo disse: "Porque
convém que ele reine ATÉ que haja posto todos os inimigos
debaixo dos pés (...) Quando, porém, todas as coisas lhe
estiverem sujeitas então, o próprio Filho também se sujeitará
àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que D'us seja tudo
em todos" (I Co 15.25 e 28). Vejam
que Jesus reinará (como Rei) por tempo limitado, por isto o
texto diz "ATÉ", pois quando todas as coisas estiverem sujeitas
a Jesus, então ele mesmo (Jesus) se sujeitará ao PAI, para que
D'us seja tudo em todos. Então quando será o fim do Reino
Messiânico (Milenar)? Paulo responde: "E,
então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao D'us e Pai..."
(I Co 15.24). Neste momento em que o último inimigo a morte
for destruído (Veja I Co 15.26 e Ap 20.14)Jesus entregará o
REINO ao PAI aí então chegaremos ao OLAM RABÁ, o Mundo Vindouro,
Novos Céus e Nova Terra e a descida da Nova Jerusalém.
Veja a nobre tarefa de Jesus, reinar,
julgar, destruir a morte, e quando tudo isto tiver se cumprido,
ele como filho bom e fiel, entregará tudo pronto para o PAI,
para que seu senhorio seja estabelecido para sempre.
"Meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles
terão um só pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus
estatutos e os observarão. Habitarão na terra que dei ao meu
servo Jacó, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles
e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi,
meu servo, será seu príncipe ternamente...O meu tabernáculo
estará com eles; eu serei o seu D’us, e eles serão o meu povo.
As nações saberão que Eu o ETERNO que santifico a Israel, quando
o meu santuário estiver para sempre no meio dele” (Ezequiel
37.24-28).
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